segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Nova polêmica com foto pornográfica no WhatsApp envolve modelo mineira

Hoje em Dia
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Reprodução/Facebook
Nova polêmica com foto pornográfica no WhatsApp envolve modelo mineira
O sinal de 'OK' virou meme na internet após repercussão do vídeo de sexo da goiana

Após repercussão nacional do caso da estudante goiana que virou meme na internet por aparecer em vídeo de sexo fazendo o sinal de 'OK', uma mineira é a mais nova vítima do bullying virtual. A modelo trabalha como assistente de palco em uma emissora de televisão de BH e aparece na imagem com pelo menos outros três homens. Juntos, eles compõem uma foto pornográfica que, na gíria popular, "caiu na net". A imagem está sendo compartilhada, assim como tantas outras, pelo WhatsApp.

Disponível para diversos smartphones, o aplicativo se tornou um armazém de pornografia amadora e, consequentemente, o pavio das discussões em relação à falta de moderação do conteúdo e aplicação de leis contra crimes cibernéticos. A polêmica foto da assistente de palco, de 24 anos, teria sido tirada após a gravação de uma matéria sobre strip poker, segundo conversas compartilhadas no aplicativo. Nos grupos criados por usuários do app, diálogos indicavam que a mineira teria dispensado a equipe televisiva e "ficado" com os entrevistados. Em outra imagem compartilhada, um usuário identificado com o nome da moça, supostamente, conversa com os outros participantes da orgia, afirmando que atingiu o objetivo "de dar conta de todos".

O caso se tornou um viral ao ser compartilhado por usuários da capital. Na sexta-feira (11), foram deletados os perfis mantidos pela modelo nas redes sociais por causa das diversas ofensas. A reportagem do Hoje em Dia tentou entrar em contato com ela, por meio de telefones deixados na internet, mas não obteve sucesso. Amigos da jovem consultados pela reportagem disseram que ela nega ser a mulher das fotos. Até às 11 horas desta segunda-feira (14), a Polícia Civil de Minas Gerais ainda não tinha conhecimento da situação.

Vídeo de sexo em Goiás

Já o caso da estudante de Goiás está sendo investigado pela Polícia Civil daquela região. Em entrevista ao site G1, a delegada Ana Elisa Gomes Martins contou que testemunhas foram intimadas asssim como o estudante de direito, de 22 anos, suspeito de divulgar o vídeo. A repercussão foi tanta que jovem, de 19 anos, foi afastada da loja onde ela trabalhava e parou de assistir as aulas da faculdade. O visual dela, segundo Martins, também mudou. "Eu quase não a reconheci. Mudar a aparência foi a forma que ela encontrou para se proteger", disse.

O rapaz, conforme entrevista do pai dele ao mesmo site, teria um outro relacionamento e, por causa da divulgação do vídeo, passou a receber ameaças. Apesar de toda a retaliação, a jovem parece estar recebendo solidariedade, mesmo que virtual, de parte dos internautas. No Facebook, uma página com mais de 15 mil curtidas foi criada para apoiar a moça, além de uma carta aberta divulgada na web. (Clique aqui e leia)

Internet não é terra de ninguém

O presidente da Comissão de Direito Eletrônico e Crimes Eletronicos da OABMG, Luis Felipe Silva Freire, explica que o direito da imagem é protegido pela Constituição brasileira. Quando a imagem é pública e sem fins lucrativos, não há problema em divulgá-la. No entanto, em ambos os casos, segundo Freire, houve ofensa à honra e dignidade das jovens. Portanto, os responsáveis por divulgar as imagens poderão responder pelos crimes de injúria e difamação. "O primeiro passo é localizar e identificar as pessoas que estejam compartilhando o material, o que, ao contrário do que pensa a maioria da população, é fácil, se tratando de duas quebras de sigilo, por exemplo", explica o advogado.

A punição poderá ser executada nas esferas penal e civil, ou seja, o responsável pela exposição poderá pagar uma indenização ou até mesmo ser condenado por outros crimes. Em situações que envolvam um réu primário e que a pena seja inferior a quatro anos, o acusado pode ser obrigado a realizar trabalhos voluntários.

Sobre o cyberbullying, Freire orienta que as vítimas procurem um advogado de imediato e depois uma Delegacia da Polícia Civil, de preferêcia de Crimes Cibernéticos, mais próxima. "O próprio advogado vai orientar a vítima a reunir provas, pois na internet o que está no ar hoje, pode não estar mais amanhã", afirmou.

Ele explica ainda que "printar" as páginas como prova pode não adiantar. "O print não tem muito valor. Uma testemunha pode ter mais peso assim como uma documentação", disse. No caso da documentação, a vítima de cyberbullying pode imprimir as páginas da web e levá-las até um cartório de notas (lembrando que não são todos que fazem este tipo de serviço) e autenticá-las.

"No cartório, eles vão conferir, acessar essa página da internet e validar a impressão como verdadeira", orienta Freire. Em relação às leis brasileiras de crimes virtuais, ele acredita que elas estão adequadas e o que falta mesmo é bom senso da população em registrar algumas imagens.

"Com a facilidade e velocidade desses meios, o ideal é se precaver."

Caiu na net

Nova polêmica com foto pornográfica envolve modelo mineira
WhatsApp: 31 bilhões de mensagens são enviadas por dia,
sendo 321 milhões delas com pornografia. (Foto: Arquivo/Hoje em Dia)



Assim como a mineira e a goiana, diversas mulheres de todo o país estão sendo vítimas da pornografia virtual ou do que é conhecido popularmente como "caiu na net". A divulgação dessas imagens impróprias, que até pouco tempo era feita por e-mail, SMS ou Messenger, passou a ser feita via WhatsApp, devido às suas facilidades. Segundo os administradores do sistema ao site The Verge, são 300 milhões de usuários ativos, que diariamente enviam cerca de 31 bilhões de mensagens, sendo 321 milhões delas contendo fotografias.

As fotos de conteúdo amador e feitas em um momento de intimidade ganham as redes das mais variadas formas. Perdas de celular, término de relacionamento ou, até mesmo, quando computadores e telefones são levados em assistência técnica acabam gerando o compartilhamento da pornografia. Na internet, em uma rápida busca pelo termo "caiu na net", milhões de páginas são disponibilizadas. Alguns dos sites possuem variações específicas, buscando a segmentação do público, como: flagras de um determinado Estado ou apenas aqueles que são divulgados no WhatsApp.

Nem mesmo os famosos escapam dos "flagras indevidos". A ex-panicat Lizzi Benites teve supostas fotos suas divulgadas fazendo sexo. Além dela, os globais Caio Castro e Carolina Dieckmann também sofreram com o compartilhamento de fotos pessoais. A atriz, inclusive, após ter suas fotos íntimas expostas na rede, motivou uma lei, que, informalmente, é chamada de "Lei Carolina Dieckmann", em vigor desde abril de 2013.

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