terça-feira, 15 de outubro de 2013

Black Sabbath incendeia a noite com show histórico na Esplanada do Mineirão

Altino Filho e Viviane Moreno - Hoje em Dia
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Divulgação
As guitarras do Black Sabbath incendeiam a noite em BH MRossi
O som pauleira do Sabbath, com Ozzy Osbourne à frente, promete balançar as estruturas do Mineirão

Em 1968, os Estados Unidos estavam mergulhados na guerra do Vietnã. Na França, a luta estudantil conseguia a sua primeira vitória contra a burocracia e o status quo vigente: foi fechada a Universidade de Nanterre que proibia os alunos de dividirem o albergue estudantil com colegas do sexo oposto. No Brasil, a ditadura militar inventou também a música de protesto e um dos slogans de maio de 68 era a canção de Caetano que gritava "é proibido proibir". A Inglaterra vivia o auge do culto aos Beatles, além das fortes mudanças comportamentais de grande parte da sociedade europeia, que parecia seguir uma cartilha hippie.

Mas existiam uns rapazes nos arredores de Birmingham que já estavam cansados de tanta paz e amor. Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler não aguentavam mais aquele açucarado todo produzido pelos garotos de Liverpool e muito menos aquela vida miserável de operário de fábrica. Surgia então, inspirado na tradução para o inglês de um filme italiano de terror, o Black Sabbath.

No ano seguinte, uma enxurrada de intenções passou pelos acordes dos três, ou quatro, se considerarmos a inclusão do baterista Bill Ward que, segundo a lenda, aconteceu de forma relutante. Ironia do destino, Ward não está presente na turnê "Reunion" que marca a inédita volta do Sabbath e chega nesta terça-feira (15) a BH. Os produtores alegaram "problemas de saúde" e Tommy Clufetos está em seu lugar.

A turnê

O tour começou no emblemático (pelo menos, para nós) 21 de abril na Nova Zelândia, de onde seguiu para Austrália e Japão. Entre julho e setembro, a banda percorreu Estados Unidos e Canadá, antes de desembarcar na América do Sul. No Brasil, já passou por Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro e nesta terça inaugura de forma "oficial" a Esplanada do Mineirão, logo após a apresentação do Megadeth, que faz os shows de abertura.

Imaginar que todos eles adoravam o blues, o folk e até a inacreditável "polka" é um exercício difícil para os fãs de hoje. E que, na verdade, nem precisa ser feito, já que quando lançaram o primeiro disco, em 13 de fevereiro de 1970, tudo já estava lá. A bolacha preta carregava apenas o nome Black Sabbath e as faixas exibiam nada além de rock. A originalidade detectada (que chegou de cara à oitava posição dos mais ouvidos na Inglaterra) estava no sentido sonoro: era um rock mais denso, pesado e distorcido, e as letras ficavam entre o épico e o sombrio.

Quarenta e três anos depois, esses moços de Birmingham viraram a matriz do metal e o próprio Ozzy disse, recentemente, em uma entrevista: "Quando você começa alguma coisa não chega a pensar ‘daqui a 40 anos quero ser a referência do heavy metal’, mas hoje todos me dizem a mesma coisa. E estou começando a acreditar nisso como numa verdade".

A maioria dos fãs sabe bem o que o Black Sabbath significa para eles. E tudo tende para uma noite inesquecível.

Cripta é referência e ponto de encontro para roqueiros de BH

Rock pesado nunca foi problema para Jânia Moreira, 38 anos, dona da Cripta. Sua loja, situada na folclórica galeria da Praça 7 onde roqueiros de todas as matizes – principalmente das mais pesadas – se reúnem, vende desde as mais soturnas camisetas de rock até acessórios "metálicos". Por metálicos, entenda-se os cintos de caveira, as pulseiras e os brincos funestos, lenços e carteiras com a imagem do demo, do capeta, do diabo, do coisa-ruim. "Vou no show do Sabbath, com certeza. E quero muito ver o Megadeth que eu gosto mais que do Metallica.

O Mustaine foi expulso do Metallica e acabou fazendo uma onda muito melhor que a deles", diz Jânia, se referindo ao líder do Megadeth, Dave Mustaine, e mostrando conhecimento de causa. A camiseta também não vai ser problema. Jânia já garantiu uma para ela, vinda de sua própria loja.

Para fã, show será uma verdadeira aula de rock

Fernando Heiras conseguiu folga no trabalho, nesta terça e na quarta, para aproveitar o show do Black Sabbath intensamente. Será uma verdadeira aula de rock para o guitarrista, que planeja chegar cedo ao Mineirão para ver de perto sua maior inspiração musical – Ozzy Osbourne e Tony Iommi. E de quebra conferir a performance do Megadeth, "uma das mais espetaculares bandas da história do rock".

Usando uma das 13 camisetas do Black Sabbath que possui, Heiras planeja levar máquina fotográfica e a biografia do Ozzy. "Vai que ele resolve autografar... Posso morrer depois de amanhã", diz o fã, que foi ao show de Ozzy no Mineirinho, em 2011, e do Black Sabbath no Chevrolet Hall, em 2009, e não vê a hora de ver todos juntos no palco. "Fico até arrepiado de pensar".

Sexta passada, Heiras ajudou os fãs da capital a entrarem no clima, no show que o Sabbra Cadabra (projeto especial da banda Pedra Lascada) fez no Circus Rock Bar.

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